Conservação

Um caçador exibindo a sua presa
  • Estado de Conservação:
    O lince-ibérico desempenha um papel de extrema importância nos ecossistemas mediterrânicos de onde é originário. É inegável o seu elevado valor biológico, ecológico, estético e cultural.
                 
    No entanto, o lince-ibérico encontra-se em perigo crítico de extinção na Península Ibérica. Em Portugal já está extinto, mas existem ainda alguns linces em liberdade em parques naturais em Espanha. Como tal, o lince-ibérico é mundialmente reconhecido como sendo o membro da classe dos felídeos mais ameaçado do planeta. Restam aproximadamente 200 linces em liberdade no mundo.
                 
    Se não forem tomadas medidas urgentes de conservação, esta magnífica espécie, património exclusivo da Península Ibérica, pode sofrer o mesmo destino que o tigre da Tasmânia ou o dodó.
                 
    De acordo com os critérios da IUCN (International Union for the Conservation of Nature, ou União Internacional para a Conservação da Natureza), o estado de conservação do lince-ibérico é CR, ou Perigo Crítico. As outras categorias são EX (Extinto), EW (Extinto na Natureza), EN (Em Perigo), VU (Vulnerável), NT (Quase Ameaçada) e LC (Pouco Preocupante).

    • Factores de Risco:
    Existem vários factores que determinaram o declínio das populações de lince-ibérico na Península Ibérica, e a sua generalidade está relacionada ou com as variações nas populações de coelho-bravo, a presa predilecta do lince, ou com a acção destrutiva do homem, que tem efeitos nefastos nos ecossistemas.
                 
    No caso particular de Portugal, o declínio do lince iniciou-se na década de 1930, aquando da “Campanha do Trigo”. O habitat dos linces foi drasticamente reduzido com o objectivo de obter mais terrenos para a plantação do trigo. Apesar de esta campanha ter tido efeitos positivos na economia nacional, teve um efeito destrutivo no ecossistema.
                 
    Ao longo do século passado ocorreu ainda uma substituição de espécies vegetais naturais por outras mais rentáveis, introduzidas pelo homem, como pinheiros e eucaliptos. Outros factores de risco de origem antropogénica incluem a caça furtiva, com colocação descuidada de armadilhas, e a morte por atropelamento.
                 
    Para além disto, há ainda as variações nas populações de coelhos que trazem o lince-ibérico à beira da extinção. Doenças que afectaram os coelhos durante o passado século, como a mixomatose e a febre hemorrágica viral, causaram um enorme declínio nas suas populações. Os linces ficaram sem alimento, uma vez que o coelho-bravo constitui 90% da sua dieta.